Ontem dia 25 de Abril, comemorou-se em Portugal o dia da implantação da Democracia.
No dia 25 de Abril de 1974 o Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou o regime de ditadura que durante 48 anos oprimiu o Povo Português. Nessa madrugada do dia inicial, inteiro e limpo (como poetizou Sophia de Mello Breyner) os militares de Abril foram claros nas suas promessas: terminara a repressão, regressara a Liberdade, vinha aí o fim da guerra e do colonialismo, vinha aí a democracia.
Deixo aqui o 25 de Abril, escrito em 2008 por Carlos Alberto Fial Pereira, que neste momento encontra-se em Moçambique… Um abraço.
ABRIL… 25
No dia 25 de Abril de 1974 o Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou o regime de ditadura que durante 48 anos oprimiu o Povo Português. Nessa madrugada do dia inicial, inteiro e limpo (como poetizou Sophia de Mello Breyner) os militares de Abril foram claros nas suas promessas: terminara a repressão, regressara a Liberdade, vinha aí o fim da guerra e do colonialismo, vinha aí a democracia.
Deixo aqui o 25 de Abril, escrito em 2008 por Carlos Alberto Fial Pereira, que neste momento encontra-se em Moçambique… Um abraço.
ABRIL… 25
Aquela Guerra… Maldita
Que nos transformou em feras
Aos vinte anos…
Acredita,Julguei que eras
Enfim… A Liberdade.
Que tudo teria terminado!
E com a minha puberdade,
Julgando-me eu iluminado,
Pela juventude dos vinte e dois anos,
Comum mortal mas invencível
Esperando o resgate dos Veteranos
Que éramos… Presa apetecível
Para Guerrilheiros inaptos transformados
Em onças sanguinolentas
Naquela selva densa… Cremados.
Não havia lá, ordens mais violentas…
Destruir…
Queimar…
Matar!
Para não ser morto e eu a acreditar.
Que tu, Vinte e cinco de Abril
Me darias a liberdade para meditar
Que aquela Guerra, mesquinha e servil
Não era minha, não querendo mais, lutar!
E depois…
A Fé era tanta…
Continuei a tentar conter as vísceras
Dos colegas esventrados.
Aqui e ali pegando nos membros decepados…
Aqui e ali enterrei Pedaços de Soldados…
E de Ti, Com dualidade de critérios,
Todos diziam que venceras…
Caixões vazios continuaram a encher Cemitérios!
E depois…
A Fé que, já não havia,
A Morte era tanta que faltavam as Tumbas.
Toda a terra, para Vala Comum servia
E os clarins trocaram-se por rumbas
Acompanhando com gáudio a dor…
Dependendo apenas… Da cor.
Data linda.
Esperança
Que, ainda…Não alcança!
Xai-Xai, 2008-04-20
Carlos Alberto Fial Pereira
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