Viriato é citado por Diodoro ( XXXIII )
que diz que Viriato "nascera na Lusitânia, cerca do Oceano", talvez
na região de Estremadura, entre o Tejo e o Douro, e, como pastor que era, filho
da montanha, possivelmente oriundo da Serra da Estrela ( Mons Herminius ).Dizem
os seus antigos biógrafos, como Orósio, Diodoro, Lívio e outros, que
Viriato, na sua mocidade, apascentara rebanhos e fora caçador.
Em seguida fizera-se bandoleiro; depois, mais audaz que outros, foi capitão de
ladrões de estrada, cujo bando praticava, simultaneamente com outros bandos
semelhantes, frequentes assaltos, saqueando os povoados das regiões mais ricas
das planícies do Sul; e finalmente, como chefe do exército lusitano, fora o
terror dos Romanos.
Lucílio chamou-lhe o "Aníbal bárbaro", igualando o seu
génio militar ao do grande general cartaginês. A sua estratégia foi a luta de
guerrilhas muito popular com os guerreiros hispanos, mas usada por Viriato não
já só para a defensiva, como também para o ataque.
O Aparecimento de Viriato
Viriato aparece na História, quando em 147 AC se opõe
a rendição dos lusitanos a Caio Vetílio, que os tinha cercado no vale
de Betis , na Turdetânia. Viriato lembra aos seus companheiro a traição
anterior de Galba, em que mais de 30.000 lusitanos foram assassinados, homens,
mulheres e crianças e outros foram vendidos como escravos nas Gálias.
Demonstrou-lhes que os romanos eram inimigos falsos, sem palavra e que já os
haviam atraiçoado miseravelmente, conseguindo assim convencê-los, e é eleito
chefe.
Derrota os romanos no desfiladeiro de Ronda, que
separa a planície do Guadalquivir da costa marítima da Andaluzia, fazendo
nas fileiras inimigas uma espantosa chacina, tendo sido morto o próprio Vetílio.
Seguidamente os lusitanos destroçam as tropas de Cayo Pláucio, tomando Segóbriga e
as de Cláudio Unimano, que em 146 AC era o governador da Hispânia
Citerior. Em 145 AC os lusitanos voltam a derrotar as tropas romanas
de Caio Nígidio.
Em 145 AC Quinto Fábio Máximo, irmão de Cipião "O Africano" é
nomeado cônsul na Hispania Citerior e é encarregado da campanha
contra Viriato ao comando de duas legiões. Ao princípio tem algum
êxito mas Viriato recupera e em 143-142 AC volta a derrotar os romanos em Baecula e
obriga-os a refugiar-se em Córdova.
Simultaneamente, seguindo o exemplo do chefe lusitano, as tribos celtibéricas
revoltavam-se contra as prepotências romanas, acendendo uma luta que só
terminaria em 133 AC com a queda de Numância.
Em 140 AC Viriato derrota o novo cônsul Fábio Máximo Servilliano,
matando mais de 3.000 romanos, encurralando o inimigo e podendo destroçá-lo,
mas deixou Servilliano libertar-se da posição desastrosa em que se
encontrava, em troca de promessas e garantias de os Lusitanos conservarem o
território que haviam conquistado. Em Roma esse tratado de paz foi depois
considerado humilhante e vexatório e o Senado romano volta atrás, e declara-lhe
guerra.
Viriato tinha agora um exército desfalcado e fatigado das lutas.
Apagava-se a sua estrela. O novo governador Quinto Servílio Cipião reforçado
com tropas de Popílio Lenas, dispunha de forças muito superiores. Viriato foi
compelido a pedir a paz, tendo que entregar aos romanos os principais
revoltosos. Enviou a Servílio três emissários, Audax, Ditalkon e
Minuros, que Viriato considerava dos seus melhores amigos.
Viriato em 140 AC é assassinado por Audax, Ditalkon e Minuros
Estes foram subornados por Servílio que lhes prometeu honras e
dinheiro em troca do assassinato do seu chefe. Estes assim procederam, e o
glorioso caudilho foi por eles morto quando se encontrava a dormir na sua
tenda.